segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Postal da outra margem


Bom dia amiga
Hoje está frio e nevoeiro.
Quase como se o D. Sebastião que está latente no coração de cada português pudesse surgir do nada e livrar-nos da Troika e dos troikanos que nos amarguram e nos fazem sentir ainda mais o frio e o nevoeiro.
O País que tu conheceste, continua lindo. Portugal é lindo (tu sabes).
As pessoas que tu conheceste, andam mais preocupadas, quase à beira do desespero (algumas), vitimas também de uma comunicação social , que aqui como em todo o lado, vive da desgraça alheia, e amplia-a a modos que a mesma fica ensurdecedora (isso também sabes).
O presidente continua a dizer o que não queria ou queria mas não devia , o eterno problema do que é pensado e do que é desejado (?). E o resto continua como o presidente. Desbocado, quando deveria estar calado, calado quando deveria falar....
A oposição diz mal do governo, o governo não liga à oposição, mas isso tu sabes - os actores são os mesmos e a peça já está em cartaz há muitos e muitos anos - o que me faz pensar que o povo gosta dos actores ou do argumento, ou das duas coisas.
Verdade que o teatro da vida está sempre esgotado. Agora o gosto é mais para o drama, mas continuo a pensar que um dia o argumento muda, para aquele tipo de comédias românticas em que tudo acaba bem, no fim, e que o galã fica com a miuda e toda a gente fica feliz.
Já apetecia um argumento desses, com uma música gira e orelhuda, toda a gente a cantar para o mesmo lado (embora desafinando aqui e ali), e todos a sorrirmos no fim (as senhoras , e porque não também os cavalheiros e a terceira via) mais sensiveis com uma lágrima a bailar nos olhos, e todos mais felizes.
Vê lá para onde descambou a conversa deste postal.
Deve ser do nevoeiro e do desejo - esperança que todos os portugueses têm que num dia destes apareça D. Sebastião...

1 comentário: