quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Confissões








Vou começar fazendo uma história para que possam compreender o que voz quero confessar. 

Este era um concurso cujo premio era de um milhão de dólares para a pessoa que conseguisse atravessar uma piscina cheia de crocodilos esfomeados. O local estava cheio de jornalistas e curiosos que queriam testemunhar o momento da proeza, caso esta sucedera. Já somavam varias as pessoas que tinham sido devoradas pelos crocodilos y a malta estava a ficar desanimada. De repente um desconhecido aparece na piscina saltando por cima dos animais, nadando, batalhando aparentemente seguro para tentar sair ileso, mais com cara de susto e de medo que de herói, quase nem sabia nadar e sem saber como, logro atravessar a piscina sem ser engolido pelos crocodilos. Quando chegou à outra margem para além do premio o esperavam os jornalistas para tentar tomar algumas declarações do ainda assustado herói  - Diga-nos lá quais são as suas primeiras palavras depois desta proeza?  A o que o que ele responde: só quero matar ao desgraçado que me empurrou para a piscina!.

Esta é mais ou menos a minha história, nos meus planos não estava ser aquela mulher cosmopolita que têm uma meta definida na sua mente e que faz tudo para conquista-la. Sair da minha pequena ilha para um país desconhecido, onde se fala uma língua até então desconhecida para mim, estudar uma carreira difícil como direito, depois decidir atravessar o oceano para acercar-me novamente à família e por conseguinte ter  de aprender outro idioma e refazer outra vez a minha carreira. Reaprender com outras culturas e ter de adaptar-me a uma forma de vida completamente diferente ao até aqui conhecido não foi nunca um objectivo de vida para mim, eu sou aquele que alguém empurrou para a piscina e desesperado nada, salta e corre o melhor que pode e sabe, para poder sair ileso desta situação. 

Nos meus sonhos de adolescente eu era uma mulher pacata, que iria ter vários filhos porque sempre odiou o facto de ser filha única. Uma casinha com um jardim e um cão. Agora que me conhecem assim aparentemente aventureira e corajosa vocês poderão pensar  que isto é mentira, mas eu vos garanto que é a pura verdade. E ainda me sinto mais frustrada porque tudo o que é feito é para conseguir a tal casinha, com os filhos o marido e o cão e resulta que as minhas opções me afastam cada vez mais. É contraditório pêro é certo. 

Não me arrependo porque não sei outro caminho, tentei sempre levantar-me dos mãos momentos e retomar o ritmo guiada por aquilo a que designam como “bom senso”. Muitas vezes sabendo que na caminhada deixava muito pouco espaço e tempo para que o sonho acontecera, mas não me quedava de outra se não acreditar que para além dos nossos desejos de ser, existe algo que se chama destino, e que esse faria por mim aquela parte que se escapava do meu controlo.

Agora aqui estou a fazer a mesma caminhada, talvez a cometer o mesmo erro de dedicar à minha energia e o meu tempo à mi carreira sem sair a buscar a minha casinha e as minhas metas pessoais… mas lá está, não sei fazer diferente. Com razão os meus amigos me apelidam de teimosa!.

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